O TCE-MS reuniu banco de dados, inteligência artificial, gestão de riscos e Business Intelligence (BI) para detectar indícios de fraudes na gestão pública
Inovação na fiscalização do dinheiro público
O TCE-MS reuniu banco de dados, inteligência artificial, gestão de riscos e Business Intelligence (BI) para detectar indícios de fraudes na gestão pública
Numa democracia jovem como a brasileira, mais do que julgar e punir, é preciso educar. Essa é a filosofia implantada pelo Conselheiro Waldir Neves Barbosa e sua gestão compartilhada com os Conselheiros da Corte de Contas do MS, que assumiu a presidência do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso do Sul (TCE-MS) em janeiro de 2015 com o firme propósito de fazer desta uma corte pedagógica e educativa, antes de ser simplesmente punitiva.
Para dar conta de tamanha missão, a Diretoria de Gestão e Modernização do Tribunal colocou mãos à obra e coordenou a concepção e o desenvolvimento do projeto E-Extrator. A tecnologia reúne banco de dados, inteligência artificial, gestão de riscos e Business Intelligence (BI) para apontar indícios de uso inadequado do dinheiro público, sejam eles intencionais ou gerados por falhas na gestão.
Douglas Avedikian, Diretor de Gestão e Modernização do órgão, explica como a tecnologia funciona. Primeiro, os dados são extraídos diretamente dos bancos de dados, para depois passarem por uma mineração e serem organizados por temas. Daí resulta um banco de dados consolidados. A inteligência artificial organiza os diversos temas para cada município cruzando com pontos de controle previamente estabelecidos. A gestão de risco prioriza o que deverá ser feito. E aí que entra o BI da Qlik, que gera 110 painéis a serem usados por diferentes públicos. “A gente pega um volume x de dados e entrega x mais y em informação”, simplifica Avedikian.
Esses painéis servem para três públicos diferentes. Mediante um login e senha, as 79 prefeituras poderão visualizar os seus dados transformados em informação e comparar seus gastos com informações oriundas de outros bancos de dados. “Muitas destas prefeituras não têm sistemas de gestão, e isso pode ajudar no uso mais eficiente do dinheiro público”, exemplifica o Diretor do TCE-MS.
Para viabilizar a tecnologia, o Tribunal investiu na instalação de um servidor em cada prefeitura, de onde os dados são extraídos diretamente, sem interferência humana. “A grande quebra de paradigma do E-Extrator é extrair os dados diretamente da base dos jurisdicionados sem que estes os enviem, logo o que se extrai é o que realmente ocorreu, são dados consolidados, sem manipulação da informação”, explica o Diretor do TCE-MS. O Estado do Mato Grosso do Sul foi o primeiro, e por enquanto o único do país, a instalar equipamentos físicos nas prefeituras em benefício da gestão municipal e dos interesses da população.
Os auditores do TCE-MS são outros importantes clientes dos 110 painéis. Eles visualizam as informações nos painéis e estas, através da gestão de riscos, são classificadas em vermelho, amarelo ou verde, de acordo com o risco de irregularidades que representam. O tempo gasto é bem menor do que o procedimento feito de forma manual e com interface humana que, em geral, levaria meses para se concluir. “O E-Extrator integrado com o BI possibilita ao auditor uma visualização de forma organizada dos dados transformados em informações para a análise e tomada de decisão. Com inteligência artificial e BI, o auditor visualiza a análise pronta na tela e, após a priorização pela Gestão de Riscos e de Fraudes, a análise apresentará todos os riscos e indícios de fraudes existentes”, descreve Avedikian.