Prefeitura de Campo Grande

Prefeitura de Campo Grande monitora pandemia com análise de dados.

Prefeitura de Campo Grande monitora pandemia com análise de dados

No final de setembro de 2020 o mundo alcançava a triste marca de 1 milhão de pessoas mortas e outras 33 milhões infectadas pela Covid-19, segundo os registros oficiais. Em poucos meses a doença avançou pelo planeta, lotando hospitais e deixando a população em alerta. Para lutar contra a pandemia, cada governante escolheu suas armas. A prefeitura de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, investiu na tecnologia como estratégia para manter a vigilância constante, procurando se antecipar aos fatos e, desta forma, estar preparada para o enfrentamento. Sorte dos campo-grandenses.

Em Campo Grande cada pessoa diagnosticada com suspeita de Covid-19 recebe diariamente, ou a cada dois dias, ligações dos profissionais de saúde do município, para relatar a evolução de seus sintomas. Diante de sinais de agravamento da doença, uma equipe de médica pode ser enviada para atender o cidadão em sua casa. Assim, o poder público municipal procura manter a situação sob controle, evitando superlotação nos hospitais e coletando o máximo de informações sobre a pandemia.

Edinei Gonçalves Lemes, Diretor Adjunto da Agência de Tecnologia da Informação e Inovação do Município de Campo Grande (Agetec), explica que tal acompanhamento detalhado só foi possível com o desenvolvimento de um software que tem a tecnologia de análise de dados embarcada. Graças a essa inovação, as mais de 80 unidades de saúde do município podem monitorar cada cidadão campo-grandense que foi registrado no SUS como infectado pela Covid-19. O acompanhamento também se estende às pessoas que tiveram contato com o paciente e tornaram-se, assim, potenciais infectados.

Redução de mortalidade

Os dados do paciente e de seus contactantes são inseridos em painéis Qlik, a ferramenta de inteligência analítica usada pela prefeitura de Campo Grande em conjunto com o software. Nos painéis são incluídas informações como faixa etária, endereço, sexo, comorbidades, etc. Pacientes com comorbidades recebem ligações diárias, os que não têm são acionados por telefone a cada dois dias. As informações da evolução do quadro de saúde também são inseridas nos painéis e o sistema emite um alerta quando o paciente dá sinais de agravamento. Nesse momento a equipe de profissionais de saúde é acionada e vai até a casa do doente. “Esse acompanhamento permite diminuir a mortalidade, porque conseguimos unir pacientes e profissionais de saúde mais rapidamente”, explica o Diretor da Agetec.

Todos os dados resultantes desse monitoramento são consolidados e cruzados automaticamente pela inteligência analítica, com o propósito de criar um grande painel de informações sobre a pandemia em Campo Grande. Estas informações são transformadas em relatórios, enviados aos gestores municipais para embasar a tomada de decisão assertiva. Também são a base do boletim que é atualizado diariamente no site da prefeitura.

A boa experiência com inteligência analítica no monitoramento da pandemia não é a primeira da prefeitura de Campo Grande, que desde 2017 se vale da plataforma Qlik para reunir informações gerenciais e também desencadear ações operacionais. Edinei relata que são pelo menos 50 painéis que servem para os mais diversos fins. Na saúde, permitem o controle dos plantões de acordo com a demanda, por exemplo. Também são usados para classificar e filtrar os campo-grandenses que estão inscritos no sorteio de habitação, eliminando inscrições duplicadas e as que não atendem aos critérios estabelecidos. Na arrecadação, os painéis ajudam a fixar objetivos e a traçar estratégias. Também são capazes de identificar setores da economia que estão em situação mais frágil e que necessitam de atenção especial do poder público municipal.

Com estratégia e criatividade, a prefeitura de Campo Grande está conseguindo ampliar os efeitos positivos da inteligência analítica, expandindo seus benefícios para toda a população. De fato, o campo-grandenses são pessoas de sorte.