Você já ouviu falar em cultura data-driven? Ela já existe, ainda que muitas empresas não a tratem da maneira ideal — e percam muitas oportunidades com isso.

Continue a leitura deste post para entender o que é a cultura data-driven, quais são os desafios e os benefícios desse conceito.

O que é uma cultura data-driven?

A cultura data-driven é, como o próprio termo sugere, a prática de utilização de dados nos mais diversos processos empresariais — de maneira sistemática e contínua. Em bom português, é a gestão orientada a dados.

As empresas orientadas a dados estabelecem processos e operações para facilitar a aquisição das informações necessárias pelos funcionários, mas também são transparentes quanto às restrições de acesso e aos métodos de governança. Isso leva a técnicas mais maduras, como a análise prescritiva.

Nas empresas com forte cultura data-driven, as equipes estão mais aptas a buscar dados para ajustar estratégias e objetivos, e podem ter um papel mais ativo na análise e na medição de processos, projetos e resultados.

Obviamente, transformar uma empresa com gestão tradicional em uma organização orientada a dados não é algo que se faça da noite para o dia. Muitas só agora estão voltando suas atenções para o assunto, por isso estão enfrentando muitos desafios, como você vai ver no próximo tópico.

Quais são os principais desafios da criação de uma cultura data-driven?

Confira, a seguir, quais são os desafios enfrentados pelas empresas que estão empreendendo a criação de uma cultura data-driven.

Pouca abertura para a transformação digital

A transformação digital não pede licença. Ela está acontecendo mesmo nas empresas que não a tratam com a devida atenção. O problema é que ainda há muitas organizações que não entenderam como podem potencializar seus negócios manejando, de forma consciente e estratégica, ferramentas e métodos digitais.

Segundo a consultoria IDC, apenas 1 em cada 9 empreendimentos na América Latina deverá colocar em prática uma estratégia de transformação digital. Essa estatística é bastante reveladora da lentidão com que os negócios da região estão reagindo a essa tendência global.

Esse é também um dos elementos dificultadores de uma cultura data-driven. Afinal, para que os negócios sejam orientados por dados, o time interno de TI precisa ter abertura para investimentos em soluções e serviços digitais (aquisição de softwares e hardwares, contratação de fornecedores especializados etc.).

Falta de mão de obra especializada em análise de dados

Outro desafio é a falta de mão de obra especializada em análise de dados. Muitas empresas, acostumadas com a abordagem tradicional da TI, acabam vendo o departamento de tecnologia apenas como suporte. Por isso, não contratam cientistas de dados, analistas especializados, entre outros profissionais. Dessa forma, é difícil gerar e manter uma cultura data-driven.

Uma maneira bem inteligente de contornar essa situação é trabalhar com outsourcing na área de Analytics. Já há no mercado companhias especializadas em fornecer serviços de monitoramento e análise de dados. Isso costuma ser bem mais barato do que montar um time de alta performance internamente.

Tratamento da orientação por dados como um mero projeto

Outro ponto com os quais as empresas devem se preocupar é com o tratamento do data-driven como um mero projeto. É sempre bom lembrar que projetos não modificam culturas, não solidificam novos comportamentos: eles apenas complementam a cultura organizacional estabelecida.

Como já citamos, a criação de uma cultura data-driven requer profundas mudanças na forma com que os negócios lidam com a tecnologia. Ela envolve mais do que o time de TI: requer integração de processos, compartilhamento de informações, conscientização com segurança dos dados etc.

Dificuldades de integração entre TI e área de negócios

Também é impossível estabelecer uma cultura data-driven se a área de TI não está 100% integrada aos demais departamentos, especialmente às áreas de vendas e marketing.

É fundamental que a empresa consiga fazer dos profissionais de tecnologia aliados em decisões estratégicas do negócio. Afinal, a análise de dados, em síntese, é a capacidade de encontrar respostas — mas para isso é preciso fazer perguntas. Logo, a partir das indagações das áreas que necessitam, a TI pode contribuir.

Problemas com a comunicação interna

A cultura organizacional também é bastante direcionada a partir de maneira como toda a comunidade interna dialoga. Implementar o data-driven, portanto, requer superação das barreiras comunicacionais. Todos precisam estar alinhados aos objetivos do negócio e ao uso estratégico dos dados para atingi-los.

Para que isso aconteça, é importante criar e manter bons canais de comunicação, aproveitar a tecnologia mobile e as ferramentas digitais, facilitar o intercâmbio de arquivos e dados, entre outras ações. Não existe cultura data-driven sem que o “espírito” de colaboração e engajamento seja parte da organização, — e isso está muito ligado à comunicação.

Quais são as vantagens da criação de uma cultura data-driven nas empresas?

Veja agora quais são os principais benefícios alcançados pelas empresas que se propõe a trabalhar orientadas a dados.

Redução de custos

Das mil empresas da Fortune que usam soluções e métodos de Big Data, a maioria o faz para diminuir os custos, segundo a Harvard Business Review.

Ao aumentar a capacidade para rastrear dados de vendas e despesas, por exemplo, os gestores podem encontrar padrões que podem informar decisões sobre tudo, desde a produtividade dos funcionários até preços de produtos e serviços.

Melhor aproveitamento da capacidade produtiva dos funcionários

Em 2012, a The Economist Intelligence Unit realizou uma pesquisa onde eles entrevistaram 530 executivos seniores da América do Norte, Ásia-Pacífico, Europa Ocidental e América Latina, em uma ampla gama de indústrias.

Um insight importante desse estudo foi que “as empresas mais bem-sucedidas adotaram uma cultura data-driven na qual maximizam o uso de dados, fornecendo o treinamento necessário e promovendo o compartilhamento de dados em todos os níveis de funcionários e departamentos”.

Melhorias na criação de produtos e serviços

Quando se trata de investir no desenvolvimento de novas ofertas, é preciso conhecer em profundidade o mercado de atuação e os consumidores. As empresas com forte cultura data-driven praticam o que os especialistas estão chamando de “escuta social”: elas captam dados de variadas fontes (internas e externas) e usam ferramentas e métodos para captar padrões que orientem as decisões.

A escuta social e outras técnicas de estruturação e análise de dados também permitem o monitoramento de concorrentes, testes de aceitação de novos produtos e/ou serviços, entre outras vantagens que elevam a competitividade dos lançamentos.

Capacidade de inovação e projeção de futuro

Uma cultura organizacional orientada a dados também permite mais poder de inovação aos negócios. Amparando as decisões em informações coletadas e analisadas em tempo hábil, os profissionais conseguem tomar decisões mais inteligentes, encontrar oportunidades e também projetar ações que direcionam o negócio para um futuro mais definido e promissor.

Como você viu, ao construir uma cultura com base em dados, as organizações entendem a importância dos dados e baseia todas as decisões em insights acionáveis. Isso melhora a velocidade, a eficiência e a capacidade de prever resultados, entre outras vantagens. Contudo, é preciso superar alguns desafios para estabelecê-la e aproveitá-la na sua totalidade.

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