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Como gestor e responsável por um orçamento anual, sinto na pele a dificuldade pela qual muitos de meus colegas devem passar: afinal, qual a melhor forma de direcionar os recursos financeiros advindos do orçamento de uma empresa? E, tornando a questão ainda mais específica, como é possível trabalhar de modo eficiente, com a ‘sobra orçamentária’ do fim do ano? Refleti nas últimas semanas sobre o tema e quero compartilhar algumas de minhas conclusões com vocês.
Primeiramente, vamos analisar um pouco a questão do orçamento em si. Pensando de modo metafórico, podemos enxergar um orçamento de modo semelhante a um jogo de boliche: temos algumas bolas para usar durante a partida, se nosso tempo acabar e não as tivermos usado, elas ficam lá, perdidas, e talvez você não tenha sequer derrubado pinos suficientes para vencer o jogo. Aliás, para um novo jogo, bolas novas, nada de usar as que sobraram.
Com o orçamento temos uma situação parecida. Ou investimos ou podemos perder a chance de trabalhar com aquele capital: oportunidades podem se esvanecer, novas necessidades surgirem e o que podia ser direcionado para uma determinada área de uma empresa acabou sendo deixado de lado.
Sim, pois orçamento não se acumula e, é justamente aí, que reside uma das mais complexas missões que um gestor pode ter: sua seleção de investimentos e gastos deve ser extremamente criteriosa e embasada em critérios estratégicos, visando o crescimento do negócio. Mas como ser criterioso e justo, quando todas as áreas da empresa necessitam de algo e a demanda, ao menos na vasta maioria dos casos, é superior ao “pote de moedas” da empresa?
Além disso, reforçando ideia que apresentei no início, nesta época, muitas companhias podem contar com uma sobra orçamentária, questão que só aumenta a responsabilidade do gestor. Isto acontece pois, dentre outros fatores, ao longo do ano, com mais ou menos crise, a tendência do mercado brasileiro tem sido o comedimento nos gastos, fator este que tende a gerar um excedente de capital, o qual, por sua vez, pode ser investido para melhorias no negócio.
E qual o resultado desta equação? A grande verdade é que, a partir desta época do ano, em pouco mais de 1 ou 2 meses, os gestores são bombardeados com solicitações das mais diversas áreas de uma companhia. Sendo assim, é natural que eles tenham que buscar uma tomada de decisões assertiva e rápida para uma distribuição correta dos recursos orçamentários do negócio.
E qual a melhor maneira de realizar estes investimentos? Não há uma fórmula ou modelo universal de resposta, mas, em minha experiência, busco recomendar que o foco da distribuição de recursos seja em setores, times e inovações capazes de gerar eficiência clara para um negócio. Para cada empresa, é bom frisar, a eficiência pode estar relacionada a um tema ou fórmula específica.
Eficiência não quer dizer, obviamente, só economia. Muitas empresas, por exemplo, cortam gastos de publicidade ou vendedores no final do ano pois estão sem vendas. Mas talvez este seja um movimento precipitado, afinal de contas, quem vai gerar vendas e entrada de capital para o negócio se estas operações não forem realizadas de modo qualificado?
Outro passo que recomendo é que as prioridades de escolha das linhas orçamentárias estejam ligadas a investimentos e despesas que tragam resultados comprovadamente melhores, seja em melhoria de processos, automação, aumento de capacidade de produção, pessoas, etc.
Seguindo estes dois passos, creio que temos mais chances de ter êxito na gestão estratégica dos recursos de nossos negócios. E, caso você seja fornecedor, mostre a eficiência que seus produtos são capazes de oferecer para o mercado comprador, visto que, há investimentos orçamentários sendo realizados e sobras orçamentárias procurando um direcionamento lucrativo.
Em outras palavras: as companhias estão gastando ou dispostas a gastar com alguém. Você está preparado para ser o escolhido?
Leonardo Farah é CEO da Toccato | Distribuidora Elite da Qlik no Brasil
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